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26 de fevereiro de 2011

Uma questão de estilo.

Sem dúvida alguma, todo mundo já ouviu alguém dizendo: “Fulano é estiloso!”, mas, na prática, o que isto quer dizer? Quando dizemos que alguém é estiloso, queremos dizer que esta pessoa tem algo que a torna diferente dos outros, seja no modo de se comportar, falar, vestir, pensar, etc.
Ter estilo significa ter uma “marca pessoal” que se transforma numa característica própria capaz de diferenciar alguém dos demais. Trazendo essa concepção para o lado da escrita de textos, o estilo é o modo de ver e expressar as coisas que os autores utilizam em suas produções. Afinal, como explica a Análise do Discurso, um mesmo enunciado pode ser dito de diferentes maneiras, cabendo ao produtor escolher aquela que lhe parecer “melhor” ou mais adequada.
Quando nos habituamos a ler com freqüência os textos de determinada pessoa, acabamos percebendo – mesmo que isto se dê de maneira inconsciente – qual o seu estilo, tanto que se por acaso tivermos de ler um texto que não conheçamos desse autor, logo saberemos deduzir quem escreveu mesmo que não tenhamos a indicação da autoria isto porque nós já internalizamos o modo de ver e expressar daquela pessoa.
O estilo é uma das provas de que a língua é rica e multifacetada, capaz de oferecer inúmeras opções de se dizer algo (às vezes até com as mesmas palavras, alterando-se apenas a entonação da voz  já conseguimos um resultado diferente).
As escolas literárias são um bom exemplo de estilo, pois em cada uma delas, a ideologia ditava o “modo de ver” e, por conseqüência, de dizer as coisas. Se tomarmos como exemplo o tema do amor perpassando por cada uma das escolas literárias, perceberemos as muitas e evidentes formas como este tema é tratado, de acordo com a época. Além disso, podemos ainda verificar a mudança de estilo em uma única época; analisando as obras de cada autor sobre o mesmo assunto, onde ficará perceptível que, mesmo falando sobre o mesmo tema, cada um usa um tipo de vocabulário, um modo de expressão e tudo isso sem fugir ao “estilo” da época.
Esta segunda opção de análise é ainda mais interessante, visto que mesmo que os autores sigam uma mesma ideologia, tenham um ponto de vista em comum e estejam tecnicamente “dizendo a mesma coisa”, nunca, nenhum texto será igual a outro.
O estilo é o que faz com que um texto se torne marcante ou não para o leitor. Afinal, “Não importa o que se diz, mas como se diz”.
Nos dias atuais o estilo não pode mais ser apenas algo espontâneo do autor, uma vez que, para se vender um livro, já não basta que o texto tenha qualidade, mas que seja o que “está na moda” – isso explica a onda de romances vampirescos e outros best-sellers que investem muito em divulgação mas deixam a desejar em conteúdo.
Para finalizar, consideramos que o estilo é uma marca pessoal e intransferível de se perceber e expor as coisas.

Este texto é resultado de um trabalho da faculdade sobre o conceito de estilo! Espero que tenham gostado.

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Perla Allvez
"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." (José Saramago)
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